Sou mais eu! Sou SINGULAR!

Apresentamos SINGULAR – Uma proposta, um conceito, uma catarse. Talvez um último suspiro em busca de uma saída digna desse labirinto chamado ‘padrão social’. Um projeto destinado à todos aqueles que sentem-se à margem dos padrões impostos há décadas pela mídia televisiva, pela mídia impressa, pela indústria da moda e, agora, cada vez mais, pelas mídias sociais.

SINGULAR surge da inquietação de pessoas que lutaram intensamente nas últimas duas décadas pelos direitos das pessoas com deficiência e que entenderam que, apesar de legítimas, essas lutas dependem de nos aceitarmos dignos desses direitos sendo exatamente como somos, nos amando e nos afirmando como somos, de forma única, atípica e singular.

Propomos o combate a toda forma de normalização (fênomeno que força o indivíduo a se encaixar de alguma forma aos padrões para ser aceito) e a qualquer processo totalitário que subjugue os grupos subalternizados das pessoas com deficiência em sua interseccionalidade, que são diariamente prejudicadas por um padrão cruelmente imposto ou autoimposto que as obrigue a se ajustarem a modos hegemônicos de ser, sentir e pensar, de modo a parecerem ‘normais’ aos olhos de uma suposta maioria.

Essas imposições exigem um esforço atroz e provocam um enorme sentimento de frustração e de não pertencimento, uma vez que (sobre)vivemos em uma sociedade que supervaloriza seus mais caros padrões e que, de uma forma ou de outra, expurga aqueles que não se alinham a eles.

Todos enxergam a vida como um jogo de damas, quando, na verdade, a vida é um jogo de xadrez” (Billy Saga)

e mesmo estando no mesmo tabuleiro, os fora dos padrões são sempre vistos como o Peão, a mais modesta peça do jogo.

Mas – xeque! – é o Peão, representa o papel da Infantaria, que vai desbravando terreno para que as demais peças possam avançar e exercer seus poderes. Sua importante missão deve ser valorizada e levada a efeito com todo o cuidado!

Mas o que fazer em uma sociedade que não permite que o Peão passe da primeira casa? E o mais grave: o que fazer quando esse Peão é valorizado apenas quando visto em um tabuleiro de do jogo de Damas, correspondendo às expectativas e aos padrões hegemônicos para ser aceito e para se manter na jogada?

“Torna-te quem tú és.” Friedrich Nietzsche“

Todos somos singulares e é isso que compõe a pluralidade humana. É preciso sentir orgulho de ser quem somos, cada um a seu jeito, para assim podermos unir a massa crítica que terá força e voz para buscar a garantia de direitos.

#pracegover #pratodosverem #descreveaí #textoalternativo : 4 fotos coladas na horizontal. 3 mulheres e 1 homem. Os 4 possuem uma tatuagem com a palavra “singular”. Mulher loira, cadeirante com tatuagem no punho. Mulher branca de óculos e cabelos castanhos com tatuagem no colo. Mulher branca, cadeirante cabelos castanhos escuros e curtos, decote mostra a tatuagem nas costas. Homem branco, dreads e faixa na cabeça barba, sem camisa com tatuagem no peito.

ATO 1

Convidaremos as pessoas com deficiência que se identificam com essa causa para gravarem um vídeo-selfie de 30 segundos, dizendo seu nome, sua deficiência, alguma peculiaridade pessoal a sua escolha e, ao final a frase, “Sou mais eu! Sou SINGULAR!”.

O objetivo é apresentar essa pessoa em sua face mais humana e natural, sem superestimá-la subestimá-la com alguma qualidade atribuída aos ‘normais’.

“Eu não tenho o sorriso do Brad Pit, mas ele também não tem o meu.” Deto Montenegro

Simples assim. Nós somos o que somos. Singulares.

Desta forma buscamos, gradualmente, despertar o orgulho que nos foi negado historicamente. Como consequência temos enorme dificuldade em nos apropriar de quem somos, como nossa virtudes e defeitos, dores e prazeres, ou seja, um ser humano.

Parte da estratégia é distribuir tatuagens temporárias (aquelas aplicadas com água) com a palavra SINGULAR. A proposta é que o convidado, na gravação do vídeo-selfie, quando for dizer a frase “Sou mais eu! Sou SINGULAR”, mostre uma parte do corpo com a tatuagem. Este detalhe mostrará o compromisso e o orgulho dessa pessoa com a causa e, quem sabe, inspirará outras pessoas com deficiência e aliados a iniciarem um movimento, um ritual, com a tatuagem da palavra SINGULAR, coroando uma importante ação de auto-afirmação.

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